Acabo
de ler ''Menino de engenho'', de José Lins do Rego. Conta a história
de um menino de apenas quatro anos que ao perder a mãe, deverá ir para o engenho morar com parentes, onde adotará
novos hábitos e enfrentará uma nova realidade.
O que
mais me chamou a atenção neste livro foi o início onde o autor conseguiu
descrever muito bem os sentimentos do garoto, confesso que foi também a parte
em que mais me comovi apenas em ler e imaginar o que seria perder uma mãe,
talvez seja esse o trecho em que podemos refletir em relação ao valor que as
pessoas têm na nossa vida, aos momentos que deixamos de passar ao lado delas e
as simples palavras que deixamos de falar a alguém.
Trecho extraído do livro:
“Eu tinha uns quatro anos no
dia em que minha mãe morreu. Dormia no meu quarto, quando pela manhã me acordei
com um enorme barulho na casa toda. Eram gritos e gente correndo para todos os
cantos. O quarto de dormir de meu pai estava cheio de pessoas que eu não
conhecia. Corri para lá, e vi minha mãe estendida no chão e meu pai caído em
cima dela como um louco. A gente toda estava ali olhava para o quadro como se
estivesse em um espetáculo. Vi então que minha mãe estava toda banhada em
sangue, e corri para beijá-la, quando me pegaram pelo braço com força. Chorei,
fiz o possível para livrar-me. Mas não me deixaram fazer nada. Um homem que
chegou com uns soldados mandou então que todos saíssem que só podia ficar ali a
polícia e mais ninguém.”
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