A cidade do sol – Khaled Hosseini

Sempre ouvi falar muito bem de Khaled Hosseini. Há alguns anos li “O caçador de pipas”, apesar do livro ser bom, não atendeu totalmente as minhas expectativas. Entretanto, depois de tantos comentários positivos relacionados à “A cidade do sol”, resolvi dar mais uma chance para Hosseini. Não me arrependi.

O livro é dividido em três partes, todas narrando uma triste realidade de época. Nela, o machismo dominava. Tortura, humilhação, rejeição, dor, são apenas alguns dos muitos outros tópicos abordados profundamente no livro.

As cenas são muito envolventes. Antes de ler, disseram-me que é preciso ter muito preparo emocional. Como não costumo me envolver com as cenas, ignorei e iniciei logo a leitura. Desta vez, estavam certos. Comovi-me muito, certas realidades que mal temos conhecimento da existência são relatadas e descritas em detalhes no livro.

Determinadas cenas cheguei a me imaginar na situação, na pele dos personagens. Sofri a cada perda, chorei em algumas situações de espancamento ou precariedade. A visão de tudo o qual estamos acostumados, a mordomia que tanto esbanjamos e não damos valor, mordomia sim caro leitor, não adianta negar, se estás neste exato momento em frente a qualquer aparelho eletrônico, se neste momento encontra-se em segurança, sem o receio de que em poucos segundos tua casa pode ser atingida por um míssil e matar todos que você ama, com certeza encontra-se em melhor situação do que muitas outras pessoas.

As leis de proibição que circulavam na época, a cada novo regime, uma nova esperança. Porém, esta sumia no momento em que os moradores se viam cercados por regras mais severas, principalmente com relação às mulheres. Tudo girando em torno da violência.

Sofri muito na maior parte do livro, mas apesar disso, acredito que o mais complicado para mim foram as cenas de estrupo e espancamento, pensar que tudo isso não apenas faz parte de um passado, mas de um presente, continua existindo e com uma frequência assustadora.

Enfim, este é um daqueles livros que acabam com barreiras que a sociedade como um todo cria a fim de esconder determinadas realidades. Indico a todo tipo de público, de preferência aos que estão dispostos e prontos para encarar temas tão impactantes.

E você? Já leu “A cidade do sol”? Tem vontade de ler? Comente!